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    terça-feira, 11 de março de 2025

    OPINIÃO: Matéria do Monólitos Post sobre o Pacatuba/Quixeramobim levanta questionamentos éticos no jornalismo

    Uma matéria publicada pelo portal Monólitos Post, do município de Quixadá, sobre a situação do Pacatuba/Quixeramobim no Campeonato Cearense da Segunda Divisão gerou repercussão e levantou questionamentos sobre a imparcialidade e a ética jornalística na cobertura do futebol local. O texto, que aborda a dificuldade do time em mandar seus jogos em Quixeramobim devido à ausência de laudos técnicos do Estádio Carneirão, apresenta uma abordagem carregada de opiniões e termos que podem comprometer a isenção jornalística.

    Diante disso, utilizamos uma inteligência artificial especializada na análise ética de textos jornalísticos para revisar a matéria e identificar possíveis problemas que podem comprometer a credibilidade da informação. A análise apontou diversos pontos que indicam uma abordagem parcial e opinativa, contrariando os princípios básicos do jornalismo responsável.

    Analisando a matéria: onde estão os problemas éticos?

    O jornalismo, quando praticado de forma ética, deve prezar pela imparcialidade, pelo compromisso com os fatos e pelo respeito às partes envolvidas. No entanto, a matéria publicada pelo Monólitos Post contém alguns elementos que podem ser considerados falhas dentro dessa perspectiva.

    1. Linguagem parcial e opinativa

    A IA identificou expressões que carregam juízo de valor e podem comprometer a imparcialidade do texto, como:

    • "Pífio desempenho em campo"
    • "Sérios riscos de rebaixamento"
    • "A incompetência da gestão do Prefeito Cirilo Pimenta"
    • "Drama da equipe quixeramobinense"
    • "Situação ainda mais dramática"

    Esses termos não apenas expressam uma visão subjetiva sobre o desempenho do time e da gestão municipal, mas também induzem o leitor a adotar um posicionamento específico. O ideal seria que a matéria se limitasse a apresentar os dados sobre a campanha da equipe e a situação do estádio, sem julgamentos.

    2. Falta de contraponto

    Outro problema apontado pela IA foi a ausência de um contraponto. A matéria faz uma crítica direta à gestão do prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, responsabilizando-o pela falta de laudos do Estádio Carneirão, mas não apresenta nenhuma resposta da Prefeitura sobre o caso.

    O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros estabelece que é dever do jornalista ouvir todas as partes envolvidas em uma denúncia ou acusação. A ausência desse contraponto compromete a credibilidade da reportagem e pode caracterizar a prática de viés informacional, quando um lado da história é destacado enquanto o outro é ignorado.

    3. Sensacionalismo e alarmismo

    A IA também destacou o tom alarmista do trecho que afirma que a equipe "praticamente decretará seu descenso" caso perca a próxima partida.

    O jornalismo esportivo pode trabalhar com análises e projeções, mas afirmar de forma categórica que um time será rebaixado antes do fim da competição pode criar uma narrativa distorcida da realidade. A informação deve ser baseada em cálculos matemáticos e estatísticos, sem previsões exageradas.

    4. Confusão na apresentação dos fatos

    A matéria mescla críticas à administração municipal com a cobertura esportiva, sem deixar claro qual é o foco principal. Se a questão da estrutura do estádio fosse o ponto central, o texto poderia explorar mais o contexto administrativo e ouvir autoridades do município. Se o objetivo fosse analisar o desempenho do time, a abordagem deveria ser mais técnica e fundamentada em estatísticas.

    O impacto de um jornalismo ético e responsável

    A imprensa tem um papel fundamental na sociedade, sendo uma das principais fontes de informação para a população. No entanto, essa responsabilidade exige compromisso com a veracidade, a imparcialidade e o respeito aos princípios do jornalismo.

    A revisão feita pela inteligência artificial demonstrou como pequenas escolhas de palavras e a ausência de contrapontos podem comprometer a credibilidade de uma reportagem. O caso da matéria do Monólitos Post evidencia como a falta de equilíbrio na cobertura pode distorcer a percepção do público e gerar desinformação.

    Conclusão

    A reformulação da matéria, com um tom mais neutro, a inclusão do posicionamento da Prefeitura e a retirada de termos opinativos, tornaria o conteúdo mais informativo e alinhado com a ética jornalística. O jornalismo esportivo e político podem (e devem) ser críticos, mas sempre dentro dos princípios da imparcialidade e do compromisso com a verdade.

    Se o Monólitos Post corrigisse essas falhas, poderia garantir uma cobertura mais equilibrada e confiável para seus leitores. A análise feita com a inteligência artificial mostrou que, ao adotar boas práticas jornalísticas, é possível oferecer um conteúdo mais profissional e ético, sem perder a força da informação.

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