No último sábado, um trágico acontecimento chocou a comunidade quilombola e movimentos populares do Maranhão. José Alberto Moreno Mendes, conhecido como Doka, líder quilombola, foi brutalmente assassinado a tiros em frente à sua casa no município de Itapecuru-Mirim, a 120 km da capital São Luís.
De acordo com informações da Polícia Civil, Doka estava próximo de sua residência quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram e efetuaram cinco disparos contra ele, sendo três na cabeça. O líder quilombola não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
Doka desempenhava um papel significativo como presidente da Associação de Moradores do Quilombo Jaibara dos Rodrigues e membro da Comissão do Território e do Conselho Quilombola da União das Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Itapecuru-Mirim (UNICQUITA).
O Maranhão, juntamente com Rondônia, lidera o ranking de estados com o maior número de mortes em conflitos no campo registradas em 2022, com sete vítimas cada, segundo o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Diversas organizações e movimentos se manifestaram em repúdio ao assassinato de Doka. O Centro de Cultura Negra do Maranhão classificou o crime como "assassinato brutal" cometido por "dois pistoleiros" e exigiu uma investigação completa. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) expressou solidariedade aos amigos e familiares de Doka, destacando a perigosa realidade enfrentada pelos trabalhadores rurais no estado.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão informou que a Polícia Civil já iniciou as investigações e está trabalhando para esclarecer o crime. O corpo de Doka foi encaminhado ao Instituto Médico Legal e liberado para a família após a perícia no local do crime.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, revelou que o governador do Maranhão, Carlos Orleans Brandão Júnior, determinou a ida do secretário estadual de segurança pública, Mauricio Martins, ao local do crime para esclarecimentos imediatos e prisão dos envolvidos. O deputado estadual Julio Mendonça também se pronunciou, exigindo investigações e providências para que os culpados sejam identificados e punidos.
Este trágico evento destaca a urgente necessidade de ações para combater a violência no campo e proteger líderes quilombolas e trabalhadores rurais no estado do Maranhão.